segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Evento Escolar: Dia Nacional da Consciência Negra


  Imagem capturada da Internet

Peço mil desculpas aos alunos da E. E. Assis Chateaubriand, aos quais prometi postar, de imediato, as imagens do Evento sobre o Dia Nacional da Consciência Negra, realizado na escola, no último dia 19 de novembro (quarta feira passada).

Postar no mesmo dia foi impossível, pois havia aplicado avaliações em quatro turmas pela manhã (E.M. Dilermando Cruz) e, à tarde, estive envolvida diretamente com o Evento do Assis, atuando no início da peça dos alunos da Turma 802 e registrando as demais atividades (coral, danças, declamação de poesias etc.) através da máquina fotográfica.

Quando saí da escola, ainda, passei no comércio do Centro de Duque de Caxias, que acabou me fazendo chegar tarde em casa. Resultado: cheguei “morta” de cansaço e com dores nas pernas (problemas de circulação).

No dia seguinte, feriado estadual (Dia Nacional da Consciência Negra), fiquei na casa da minha mãe nos períodos da tarde e da noite. Por isso, nada de postagem.

Sexta feira sai com a família e no final da tarde fui tirar xérox para os alunos de ambas as escolas em que trabalho.

Em geral, nos fins de semana ou feriados, não acesso a Internet na parte da manhã, porque sempre me encontro envolvida com os afazeres domésticos (limpeza de casa, preparo do almoço etc.), reservando os períodos da tarde e da noite para tal.
Ontem, à tarde, fui para casa da minha mãe. Minha filha foi junto, pois tinha que estudar Matemática e História para as suas próximas avaliações (dia 25/11). Retornei à noite e fui terminar os textos que já havia rascunhados sobre o Dia da Consciência Negra.

Sei que estou em atraso, mas o que fazer, se o meu dia tem 24 horas e estas se mostram insuficientes no meu caso?

A mesma coisa diz respeito às postagens que salvo em rascunho (com data retroativa)...

Reconheço que estas devem ser publicadas no dia, mas – na maioria das vezes - tenho que interromper a digitação, salvar como rascunho para, depois, publicá-las. Mas, procuro fazer o máximo possível!

Com relação o Dia Nacional da Consciência Negra, alguns alunos ficaram em dúvida sobre a Data Comemorativa a Zumbi dos Palmares.

A confusão recaia no uso ou não do termo Nacional e, também, se esta é comemorada como feriado em todos os municípios do país.

A data foi sancionada pelo Governo Federal, em caráter nacional, porém o feriado é facultativo, cabendo a cada governo municipal e/ou estadual instituí-lo ou não.

Muitas instâncias governamentais alegam que a data não é comemorada como feriado, principalmente, em conseqüência do impacto na economia do estado e/ou do município (comércio, indústrias, agências bancárias etc).

Em postagem anterior, eu comento acerca da origem da escolha desta data, os seus precursores (Grupo Cultural Palmares, Rio Grande do Sul) etc.

Ao realizar um levantamento na rede, a data comemorativa consta como feriado estadual apenas no Rio de Janeiro e Mato Grosso.

No entanto, há divergências quanto ao número exato de cidades que o instituiram como feriado municipal (mais de 360 municípios distribuídos por 18 estados).

A página da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) do Governo Federal, por exemplo, disponibiliza a relação dos municípios, onde houve feriado bancário no Dia Nacional da Consciência Negra (evidentemente foi feriado).

O site Globo.com, por sua vez, disponibiliza uma outra lista de cidades onde o Dia Nacional da Consciência Negra consta como feriado municipal.

E, nesta, contrariamente a do SEPPIR, referencia João Pessoa, capital da Paraíba.

Neste aspecto, outra divergência, pois a minha sogra e cunhada moram em João Pessoa e disseram que, contrariamente, ao que está publicado, tudo funcionou normalmente na capital (escolas, bancos etc.).

Entre as capitais brasileiras constam Cuiabá (capital de Mato Grosso), Florianópolis (Santa Catarina), Goiânia (Goiás), Maceió (Alagoas), Manaus (Amazonas), Porto Alegre (Rio Grande do Sul), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) e São Paulo (São Paulo).

No entanto, vale ressaltar que muitos municípios transferiram o feriado para o dia 21 de novembro, a fim de se evitar o enforcamento da sexta feira.

A cidade do Rio de Janeiro foi o primeiro município a instituir a data do Dia Nacional da Consciência Negra como feriado municipal, em 1999 e, em novembro de 2002, este passou a incorporar o calendário estadual através da Lei N.º. 4.007, sancionada pela, então, governadora Benedita da Silva.

Em 2003, o Presidente da República - Luiz Inácio Lula da Silva - incorporou a referida data comemorativa no calendário escolar e, ao mesmo tempo, tornou obrigatório o ensino da História e Cultura Afro Brasileira (Lei N.º 10.639, de 9 de janeiro de 2003).

Este ano, o Governo Federal sancionou a Lei N.º 11.645 (de 10 de março de 2008), onde incluiu - nas Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei N.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei N.º 10.639, de 9 de janeiro de 2003) - a obrigatoriedade, também, da História e Cultura Indígena (além da Afro-Brasileira, estabelecida em 2003).

Em função disso, as escolas passaram a tratar e explorar mais profundamente sobre a cultura afro brasileira.

Neste ano, o evento realizado na E. E. Assis Chateaubriand me surpreendeu, mesmo que o tempo chuvoso tenha sido um obstáculo a mais, junto, ao espaço limitado e mínimo que a Unidade Escolar oferece.

Desde segunda feira passada (dia 17/11) , a escola estava em festa em razão das referidas comemorações. Os alunos e professores da modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) prepararam o evento do noturno para própria segunda feira.

Os preparativos iniciaram à tarde e os trabalhos de todos os alunos (períodos do diurno e noturno), expostos nas paredes, deram um toque bem especial. Até o pessoal de apoio, da cozinha, estava animadíssimo!
 
Os eventos dos períodos do Diurno (manhã e tarde) foram realizados, cada qual, no seu horário, na quarta feira.
Embora, durante o evento, as condições do tempo não estivessem a nosso favor (tempo nublado, com chuvas ocasionais), a chuva deu uma trégua, caindo mais no final da tarde e à noite.
 
O barulho externo também atrapalhou muito, pois a escola não tem um Auditório ou quadra esportiva, capazes de assegurar o desenvolvimento de atividades extracurriculares.
 
Ah, não posso esquecer de alguns alunos, que se comportaram indevidamente na hora das apresentações, mas graças a um grupo expressivo de alunos participantes direto e/ou indiretamente nas atividades e dos professores engajados no Projeto "A Construção da Igualdade", posso afirmar que o evento foi muito bom.
 
A Professora Maria Gorete (Matemática) é que comandou o início das apresentações, as quais depois foram conduzidas pelo Professor Fernando.

Professora Gorete comandando as apresentações

Vale destacar, aqui, o empenho e dedicação dos professores Fernando (Ciências) e André (Educação Artística)... é algo, assim, revigorante e incentivador! Eles são ótimos!

Os primeiros a se apresentarem foram os alunos do sexto ano, da Turma 602, que cantaram a música "O Canto das Três Raças" (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), sob a regência do Prof. Fernando, que estava vestido de acordo com a ocasião, com abadá (roupa) e o eketé ("chapéu").







Alguns alunos da mesma turma foram selecionados e se apresentaram a caráter mostrando a influência da cultura africana em nossa sociedade.

A primeira aluna, Ana Carolina, expôs a contribuição africana na culinária brasileira. Além de estar vestida de acordo, a aluna trazia uma travessa com cocadas.

Aluna Ana Carolina e o Prof. Fernando

Logo depois, o Prof. Fernando anunciou a entrada do aluno Lucas que representava o vestuário, usando Eketé na cabeça e Pano da Costa.


Aluno Lucas vindo ao encontro do Prof. Fernando


Alunos Lucas e Ana Carolina

Andressa foi a terceira aluna a se apresentar, representando a capoeira.

Aluna Andressa


Por último, entrou o aluno Fabrício com o pavilhão (bandeira nacional). Este veio representando o samba como identidade do nosso país.
 
A medida que ele se aproximou mais do grupo, o coral dos 17 alunos da turma 602 começou a cantar "Aquarela do Brasil" (Ary Barroso), sob a regência e acompanhamento dos professores Fernando e André (com pandeiro), respectivamente.








Depois da apresentação do coral, sob a coordenação do Prof. André, alguns alunos da Turma 703, do Turno da Manhã, jogaram Capoeira. A apresentação foi bastante ovacionada pelos presentes.



















A aluna Ingrid, da Turma 802, declamou a poema "O Menino Negro não entrou na Roda", do escritor africano Geraldo Bessa Victor (Angola).




O Menino Negro Não Entrou Na Roda
(Bessa Victor-Angola)

O menino negro não entrou na roda
das crianças brancas - as crianças brancas
que brincavam todas numa roda viva
de canções festivas, gargalhadas francas...

O menino negro não entrou na roda.

E chegou o vento junto das crianças
- e bailou com elas e cantou com elas
as canções e danças das suaves brisas,
as canções e danças das brutais procelas.

O menino negro não entrou na roda.

Pássaros, em bando, voaram chilreando
sobre as cabecinhas lindas dos meninos
e pousaram todos em redor. Por fim,
bailaram seus vôos, cantando seus hinos...

O menino negro não entrou na roda.

"Venha cá, pretinho, venha cá brincar"
- disse um dos meninos com seu ar feliz.
A mamã, zelosa, logo fez reparo;
o menino branco já não quis, não quis...

O menino negro não entrou na roda.

O menino negro não entrou na roda
das crianças brancas. Desolado, absorto,
ficou só, parado com olhar cego,
ficou só, calado com voz de morto.


Este poema foi musicado por Luis Cilia. Quem desejar ouví-lo, basta acessar AQUI.


Dando prosseguimento, os alunos das Turmas 701 e 702 (Turno da Manhã), sob a coordenação da Profa Analucia (Ciências e Matemática), apresentaram uma dança.








Após a dança foi a nossa vez, isto é, da peça teatral da Turma 802, intitulada "Preconceito Racial, não está com nada!", de minha autoria.
 
Devo dizer que, mesmo tendo poucos dias para ensaio, os alunos conseguiram gravar muito bem os seus respectivos textos ("falas"). A falta de um ambiente com acústica apropriada acabou prejudicando um pouco o som.
 
Eu atuei, no início, no mesmo papel que atuo desde 1994, ou seja, como professora. O ambiente era uma Unidade Escolar e, por isso, o traje dos alunos era o próprio uniforme.
 
Os alunos que atuaram na peça foram: Ludmila Martins (como Sabrina); Matheus Cunha (Allan); Rosilene (Carolina); Vitória Ovídio (Júlia); Cleyton Silva (Guilherme); Michele Costa (Andressa); Michele Terto (Bruna); Kevin (Gustavo); Beatriz (Anne); Gabriela Paula (Renata) e, ainda as participações de Carlos Henrique; Eduardo; Maysa; Ludmila Vanessa;Carlos Henrique; Gabriela Silva; Wallace Santana e Lucas Rocha.
 
A peça teatral, ainda teve uma narradora, a Ingrid, a mesma que declamou o poema "O Menino Negro não entrou na Roda".









Ao término da peça, um cartaz foi aberto com a seguinte mensagem: "Preconceito Racial, não está com nada! Racismo é crime! Dá cadeia!"
 
Para encerrar a apresentação teatral foi, ainda, colocada para tocar a música "Sorriso Negro", de D. Ivone Lara.






Ainda foram apresentadas duas danças, antes do encerramento, uma da Turma 804, sob a coordenação do Prof. André e a outra da Turma 801.





Alunas da Turma 804


As alunas da Turma 801 foram, logo, em seguida.




Estava previsto para o encerramento do evento, o soltar de uma pomba branca, simbolizando a PAZ, mas diante do início da chuva e o dispersar de muitos alunos, este não foi realizado.
 
Vale registrar aqui, ainda, as pessoas que nos auxiliaram em muito: O Luís (o "Pipoca") no som; o pessoal de apoio da cozinha, a Profa e Orientadora Pedagógica Mayuce (OP), a Profa. Miriam Nogueira (Português) e outros profissionais de Educação que atuaram direta e/ou indiretamente no evento.





Um comentário:

  1. É isso ai colega !

    Pequenas ações , formaraõ , grandes pensadores e novas mentalidades ! continue !

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