sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

As Hidrelétricas funcionam como fábricas de metano

Imagem capturada da Internet

 
Segundo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Philip Fearnside, a realização de grandes obras na área da Floresta Amazônica como por exemplo, a abertura de estradas e a construção de Usinas Hidrelétricas pode trazer sérias e graves consequências ao meio ambiente.

Há anos, muitos pesquisadores já provaram a fragilidade e vulnerabilidade dos solos da região da floresta e outros problemas que podem ser desencadeados a partir da intervenção irresponsável do homem.
Estes, assim como o Philip Fearnside, estudam e pesquisam há anos às características deste bioma e os seus diferentes níveis de criticidade ambiental, mas ao que parece - por parte de nossos governantes tanto da esfera federal quanto estadual e municipal, a postura continua a mesma... explorar e se apropriar das riquezas e dos atributos naturais sem pensar na conciliação do desenvolvimento com a conservação do meio ambiente.

Desde que os recursos naturais passaram a ser concebidos, estritamente, como recursos econômicos, a cobiça, a ganância, a exploração irracional passaram a validar e comandar a relação do homem com a natureza.

E mesmo tomando ciência dos efeitos desta tradicional postura em diversas situações ambientais, espalhadas em todo o território nacional, a mentalidade exploratória se mantém sob a égide de grandes grupos empresariais e de construtoras em detrimento à conservação do meio ambiente e, com certeza, das gerações futuras na região e em nosso país.

Segue, abaixo, a transcrição da entrevista publicada no Amazônia, no dia 18 de fevereiro do ano em curso.



"Hidrelétricas funcionam como fábricas de metano"


Bruno Calixto



Philip Fearnside é um dos nomes mais citados na comunidade científica quando o assunto é Amazônia e mudanças climáticas. O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) está no Brasil há mais de 30 anos estudando a floresta amazônica e os impactos de grandes empreendimentos, como estradas e usinas hidrelétricas, ao bioma.

Em uma conversa de uma hora com o site Amazonia.org.br, Fearnside mostrou preocupação com a medida do governo do Pará de reduzir a Reserva Legal no entorno da BR-163, criticou a abertura de estradas na Amazônia e defendeu a tese de que usinas hidrelétricas não são fontes de energia limpa, já que os reservatórios liberam grande quantidade de metano.

Para Fearnside, a floresta amazônica presta serviços ambientais que valem mais do que o desmatamento. O pesquisador propõe que se elabore um sistema para remunerar esses serviços. "Temos que ter mecanismos para transformar esse valor ambiental em fluxo financeiro, que vai sustentar a população de forma sustentável sem destruir a floresta".

Confira a entrevista.

Amazônia.org.br: O combate ao desmatamento está surtindo efeito?
Fearnside: Eu acho importante não ser fatalista, pensar que desmatamento vai acontecer não importando o que o governo faça. De fato, as pessoas estão lá, arriscando a vida para frear o desmatamento, temos que apoiá-las. É importante não desvalorizar o esforço que está sendo feito.

Agora, o fato é que o desmatamento continua e a abordagem do desmatamento não pode se restringir à fiscalização. Claro que tem que haver fiscalização e consequência real por se infringir a lei, senão as pessoas aproveitam e presumem impunidade. Mas, ao mesmo tempo, é preciso enfrentar as causas do desmatamento: posse e especulação da terra, a forma com que o governo subsidia o desmatamento fazendo estradas e promovendo pastagens, soja e bicombustíveis. Tudo isso é o governo. Um lado está tentando frear o desmatamento, e o outro vai promovendo.

O governo tem 38 ministérios, o de Meio Ambiente é um só, e vários outros são mais poderosos. É muito importante que esse outro lado que estimula o desmatamento seja limitado.

Amazônia.org.br: O que se pode fazer para limitar os setores do governo que incentivam o desmatamento?

Fearnside: É preciso que haja decisão em nível acima dos ministros. Mas, o perigo também pode vir de outro lado, sendo que uma pessoa do topo pode decidir o oposto. É uma questão delicada, e é preciso colocar uma transversalidade na discussão.

Amazônia.org.br: No começo deste ano, o governo do Pará propôs uma medida que reduz a reserva legal no entorno da BR-163. Você tem acompanhado o caso? Qual a sua opinião sobre o assunto?

Fearnside: Eu acho perigoso, porque a medida dá um sinal de que é só esperar e que o desmatamento é proibido hoje, mas pode-se desmatar, já que daqui a alguns anos a lei irá mudar e permitir a devastação. É uma presunção de impunidade. Esse pessoal infringe a lei desmatando e acaba sendo legitimado por mudanças das regras. É perigoso. A BR-163 é só uma faixa na Amazônia, mas quem está em outros lugares verá isso e seguirá como um exemplo.

Amazônia.org.br: Quais são os problemas com a abertura de estradas na Amazônia?

Fearnside: A rodovia é o principal fator que gera desmatamento. Os dados são muito claros, mostram que quanto mais perto uma rodovia, e quanto mais asfaltada ela for, mais desmatamento há. A rodovia favorece várias forças para o desmatamento. Tem a valorização das terras, por exemplo. Uma terra passa a valer cinco vezes mais, então o pessoal desmata para proteger o investimento.

Também toda a parte de agricultura e pecuária passa a ser mais lucrativa. Diminuem-se os custos de transporte, então se ganha mais por cada hectare de pastagem e isso leva a mais desmatamento para criar rebanhos. E se estende a exploração madeireira. Madeira tem muita exploração mesmo onde não tem asfalto, mas a rodovia estende o lucro de onde é viável cortar.

Hoje talvez longe da estrada só valha a pena cortar mogno, mas se a estrada é trazida para perto pode ser mogno e também jatobá e outras espécies. Aumenta a pressão. A madeira vai financiando o desmatamento. O valor da própria madeira vai pagar "gatos" e trabalhadores para desmatar.

Ou seja, ao investir em estradas você está investindo em desmatamento, mesmo que a finalidade do investimento seja diferente, como no caso da BR-163, que tinha a justificativa de transportar a soja do Mato Grosso para portos. Não é a soja diretamente que vai substituir a floresta, mas o processo é favorecido pela rodovia que foi justificada pela soja.

Amazônia.org.br: É o mesmo caso com a BR-319?

Fearnside: Essa é mais problemática. Em primeiro lugar, não se tem uma justificativa econômica real. No caso da BR-163, a soja vale muito dinheiro, é concreto, algo que existe. Tem impacto, mas também tem benefícios. No caso da BR-319, tem impacto, mas não tem benefícios. As justificativas econômicas são todas inventadas.

O raciocínio tem sido transportar os produtos das fábricas da Zona Franca de Manaus para São Paulo. Muito importante ressaltar isso: a finalidade é transportar de Manaus para São Paulo, não de Manaus para Porto Velho. Porto Velho é apenas uma parada onde os caminhoneiros vão dormir antes de continuar a jornada, não é o final. O objetivo de ter comércio com Porto Velho não justifica.

Seria muito mais barato transportar os produtos da Zona Franca por navios, por cabotagem, até Santos, por exemplo, e distribuir na rede que já existe. Os próprios dirigentes das fábricas de Manaus não estão interessados na rodovia, e isso consta inclusive no Estudo e no Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima), confissão incrível que diz não haver interesse na rodovia. Ou seja, a justificativa não existe.

Então, estão inventando outras, dizendo que a estrada é necessária para o combate à cobiça internacional e à invasão da Amazônia. Mas, a estrada é muito longe das fronteiras, não é uma prioridade militar. O setor militar lançou suas prioridades recentemente, com submarinos e etc., e não fala da construção de estradas na Amazônia.

A outra justificativa é de que seria algo bom para os moradores. Mas essa não é a prioridade para eles também. Se tivessem R$ 1 bilhão, que é quanto vai custar a estrada, iam investir em postos de saúde, escolas, etc.

E os impactos são muito grandes. Porque a estrada abrirá toda uma área até então inacessível ao desmatamento. Mais de 80% do desmatamento é concentrado no arco do desmatamento. Aquela área central não tem tanto desmatamento porque é de difícil acesso. E não há ali os problemas fundiários da Amazônia, a disputa entre posseiros e sem-terras e invasão. Se for aberta a estrada de Rondônia para o centro da Amazônia, haverá um fluxo de todos esses atores e processos.

Amazônia.org.br: A ferrovia seria uma alternativa?
Fearnside: Seria melhor do que a rodovia, desde que só a ferrovia, sem a estrada. Substituindo, a ferrovia iria frear a migração a partir da estrada para os dois lados, mas não resolveria o problema de migração de um ponto a outro. O movimento migratório de Rondônia para Manaus poderia acontecer e continuar para Roraima.

É o que aconteceu em Carajás. A ferrovia vai de São Luis a Marabá, e tem uma composição por semana que transporta passageiros, o restante é voltado ao minério de ferro. Mas, é uma composição que transporta cerca de 100 famílias, toda semana, ao longo de décadas. Isso transformou o centro do Pará. Mesmo que não haja pessoas saindo e desmatando ao longo da ferrovia, você tem um impacto muito grande na outra ponta, aonde vai chegando o pessoal, e tem um impacto bem maior do que navios.

Em termos de custo, também as fábricas de Manaus não estão interessados em ferrovias. Até porque a ferrovia não vai até São Paulo. A estrada de ferro teria um custo maior, e essa diferença seria paga pelo BNDES. Isso porque foi visto como uma maneira de evitar desmatamento. O valor do carbono que seria evitado vale mais do que essa diferença do custo de construção, então o argumento foi o de que futuramente seriam trazidos recursos por meio do mercado de carbono.
O governo do Amazonas apoiou por uns dois anos a construção da ferrovia. Mas, nesta última eleição, o governador se aliou ao ministro dos Transportes. O candidato deles perdeu as eleições, mas logo depois o governador fez um discurso defendendo a rodovia.

Bom, a ferrovia é melhor que a rodovia, mas a minha proposta é outra, é a de transporte por balsas. Seria mais barato fazer outro porto, pois o porto atual não tem capacidade para esse transporte interno, tudo é produzido para exportação. Essa possibilidade tem que ser considerada, já que não constou no EIA-Rima. Essa opção do navio é uma opção real.

Amazônia.org.br: Você também tem estudado a questão das hidrelétricas. Como você vê o Plano Decenal de Energia, que prevê a expansão de hidrelétricas, além de usinas termelétricas?

Fearnside: É importante que os impactos das usinas sejam analisados antes de se tomar a decisão de fazer as hidrelétricas, e não seja anunciada a expansão primeiro para depois serem feitos os estudos que justificarão o que já foi decidido.

Os impactos das hidrelétricas são maiores do que os já conhecidos, inclusive em termos de emissão de gases de efeito estufa. E no caso dos benefícios, elas têm efeito menor do que se tem falado, porque grande parte da energia é voltada para alimentar as indústrias eletro-intensivas, principalmente de alumínio.

Todo mundo pensa que a energia vai para as casas, para lâmpadas, quando realmente o motriz disso é o alumínio para a exportação. Não o alumínio que você vai usar, mas o que vai para o Japão, para a Europa. Um alumínio barato, porque o custo ambiental está sendo absorvido pelo Brasil. Basicamente se está exportando energia em forma de lingotes de alumínio. Essas grandes usinas, de grandes impactos, não estão beneficiando os pobres. A primeira coisa que se tem que discutir é o que se vai fazer com energia, de quanto realmente se precisa. Depois se discute uma expansão.

É preciso ver também que essas usinas quase não trazem benefícios para o Brasil. Mesmo o emprego é mínimo nessas usinas. As vagas de trabalho são criadas para o Japão, para o negócio de alumínio.

Amazônia.org.br: Você falou em impactos de emissão de gases de efeito estufa. As hidrelétricas na Amazônia emitem mais?

Fearnside: Emitem, e não só na Amazônia. Na Amazônia, elas emitem de várias formas. Primeiramente, você tem a floresta que estava lá, muitas árvores ficam esticadas para fora da água e a madeira vai apodrecendo. Isso emite gás carbônico que causa efeito estufa. Mas, o que dura é a emissão de metano. É a forma que é tomada quando apodrece a matéria no fundo do reservatório, onde não há oxigênio.

Amazônia.org.br: Isso quando a floresta não é retirada para se fazer o reservatório?

Fearnside: Mesmo retirando a floresta. O metano tem um impacto muito maior sobre o efeito estufa por cada tonelada. É vinte e cinco vezes maior por cada tonelada de gás se comparado com o gás carbônico. Qualquer transformação do carbono em metano gera mais impacto, e a culpa dessa emissão é da hidrelétrica. O reservatório funciona como uma fábrica de metano.

A água dentro do lago acaba formando camadas, uma mais fria no fundo e outra mais morna em cima. É formada uma divisória que não permite a mistura dessas duas camadas. A água do fundo fica sem oxigênio, e tudo o que apodrece lá vira metano, não gás carbônico. Grande parte desse metano sai pelas turbinas das usinas. Essa água está sob pressão, o que faz mais gás ser absorvido pela água. Quando a água passa pela turbina e sai pelo ar livre com menos pressão, o gás vai saindo e é muito metano. Meus cálculos mostram que as usinas da Amazônia, Balbinas, Tucuruí, Curuauna e Samuel emitem mais gases de efeito estufa do que seria emitido para a geração de energia com combustíveis fósseis. Isso tem que ser considerado nos cálculos de efeito estufa e na decisão de se construir ou não usinas.

Amazônia.org.br: E quais seriam as alternativas viáveis de geração de energia limpa?

Fearnside: São várias. A primeira coisa que se pode fazer é simplesmente utilizar menos energia. Essa é de longe a alternativa mais eficaz. Há muitas coisas gritantes que não estão sendo feitas.

Para dar um exemplo, no Brasil, utiliza-se muito o chuveiro elétrico para tomar banho. Essa energia vem de termelétricas a gás. Queima-se gás para esquentar água em turbina e gerar energia, a energia é transmitida até a sua casa e você usa para esquentar a água do chuveiro. Em cada uma dessas transformações, você está perdendo parte de energia. Se for usar gás diretamente para esquentar a água, você pula essas etapas. Poderia ser usada a energia solar também, sem se utilizar nenhum tipo de gás como fonte. São várias opções, coisas que valem por essas grandes hidrelétricas que estão sendo discutidas na Amazônia hoje.

São várias opções, mas uma das principais é a decisão sobre o que o Brasil deve exportar. Se o Brasil exportará alumínio para o mundo, não tem limite de quantas hidrelétricas precisa, porque o mundo quer comprar montanhas de alumínio. É uma decisão que o país deve fazer sobre se irá vender aquilo ou não. É importante entender isso. As pessoas pensam que economia é uma coisa acima dos países, como se tivesse direito de comprar o que quiser, mas não é assim. Se algo tem grande impacto ambiental, o país pode decidir que não quer vender aquilo.

É o caso do mogno, por exemplo. O mogno tem grande valor no mercado mundial, mas o Brasil decidiu que não vai vender mogno e tem moratória, hoje sua comercialização é proibida. Se você quer comprar mogno, pode comprar da Bolívia ou de outro lugar. Mas, ao menos legalmente, não pode comprar do Brasil. Foi uma decisão do país. Podemos ter o mesmo tipo de decisão com outras coisas, como com relação à energia e ao alumínio.

Amazônia.org.br: Você acha que é possível conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação da Amazônia?

Fearnside: Sim, inclusive faz parte da estratégia que eu venho propondo há mais de vinte anos, de usar os serviços ambientais da floresta amazônica como base da economia. Hoje a economia da Amazônia é construída em cima de destruição. Tudo envolve a destruição da floresta.

A floresta faz serviços que valem mais do que desmatar a área: evita o efeito estufa, mantém a biodiversidade e garante a reciclagem da água que, inclusive, trará água da chuva para São Paulo. Essas coisas valem mais do que o boi em um hectare na Amazônia. Temos que ter mecanismos para transformar esse valor ambiental em fluxo financeiro para sustentar a população de forma sustentável sem destruir a floresta.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Pedofilia


Além da xenofobia, outro tópico que me preocupa e vem sendo, constantemente, noticiado nos meios de comunicação diz respeito ao abuso em crianças, ou seja, a pedofilia.

Recentemente acompanhei uma reportagem na Rede Record de Televisão e fiquei horrorizada com os diversos casos relatados, principalmente, pela diferença de idade entre os pedófilos e as vítimas.

Procuro sempre conversar a respeito disso com a minha filha e não escondo nada sobre as notícias na TV. Embora, eu fique sempre chocada com as mesmas, não pretendo criá-la em um “mundo de fadas”. É preciso mostrar a realidade e os fatos tais como eles acontecem em nossa sociedade.

Como sou professora e tenho muitos alunos (duas matriculas na rede pública municipal e estadual de ensino), considero de fundamental importância a nossa intervenção junto a estes quanto à informação e orientação.

Uma vez ao responder ao recado de uma ex-aluna em um conhecido site de relacionamentos, não pude deixar de ler a mensagem que estava logo abaixo da minha. Era de um homem adulto, cuja foto – com certeza – era fictícia, que alegava que gostou desta e queria saber mais a respeito dela.

No dia seguinte, eu a procurei e conversei a respeito, alertando-a quanto à pedofilia. Esta se mostrou surpresa e que desconhecia os perigos deste tipo de investida.

Daí a importância de mantermos sempre um diálogo aberto com os jovens, sejam nossos filhos ou não. A comunicação é fundamental, caracterizando-se como principal arma para protegê-los.

Devo admitir que eu não sei dizer – ao certo - se os casos de pedofilia têm aumentado ou se as pessoas, agora, têm tido mais coragem para se expor e denunciar.

Notadamente, a Internet tem contribuído de forma efetiva para o agravamento da situação, possibilitando a concentração e a atuação dos pedófilos sob um mesmo “canal” para atrair as vítimas. Além disso, no mundo virtual, qualquer um pode criar e assumir personalidade distinta, com foto fictícia e com linguagem refinada para aliciar facilmente crianças e pré-adolescentes.

A pedofilia é definida como atração ou desejo sexual de adultos ou adolescentes por crianças ou crianças pré-púberes (em idades próximas à puberdade/pré-adolescentes).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), ela é, ao mesmo tempo, uma doença, um distúrbio psicológico e desvio sexual (ou parafilia).

Os casos de pedofilia não são exclusivos a determinados segmentos da sociedade, ocorrendo em todas as classes sociais, raças e níveis educacionais.

Embora haja exceções, os crimes sexuais contra crianças são praticados, em geral, por pedófilos e estes, em sua grande maioria, são do sexo masculino. Contudo, há ocorrência entre o sexo feminino.

Necessariamente não precisa haver contato físico (relação sexual) entre ambas as partes para se configurar a pedofilia. O indivíduo pode simplesmente apresentar determinados comportamentos que venham alimentar seus fetiches, o seu desejo sexual, como por exemplo, portar fotografias ou vídeos de menores em cenas obscenas. Estes também são indícios de pedofilia.

Além disso, configura-se como pedofilia se o abusador tiver – no mínimo – 16 anos de idade e a diferença de idade dele para a vítima seja de, pelo menos, 5 anos.

Outra observação é que só é caracterizada pedofilia quando os crimes praticados forem contra menores de 14 anos.

Segundo o site ABC da Saúde, pode-se distinguir quatro faixas etárias dos abusadores sexuais, a saber:

1. Jovens até 18 anos, que aprendem sexo com suas vítimas;

2. Adultos de 35 a 45 anos, que molestam seus filhos ou os de seus amigos ou vizinhos;

3. Pessoas com idade superior à 55 anos, que sofreram algum estresse ou alguma perda por morte ou separação, ou mesmo com alguma doença que afete o Sistema Nervoso Central;

4. Aqueles que, independente da idade, sempre foram abusadores por toda uma vida.


Entre os crimes mais cometidos pelos pedófilos, temos:

- Atentado violento ao pudor;

- Estupro;

- Pornografia Infantil.


No mundo virtual, os pedófilos procuram aliciar suas vítimas através de diversos recursos ou programas disponíveis na Internet, tais como:

. Mensageiro Instantâneo (MSN): a comunicação instantânea entre pessoas, seja individualmente ou em grupo, é realizada através de textos digitados ou voz. Pode-se, ainda, promover a troca de vídeos e fotos;

. Chat: Canal bastante utilizado para bater papo e, principalmente, com desconhecidos. As salas de bate-papo são divididas por temas e por faixa etária, mas tal como se caracteriza o mundo virtual, é difícil garantir a veracidade das informações fornecidas pelos seus usuários.

. Blog e Fotolog: Tipo de registro como um diário, de acesso fácil na Internet, onde o usuário escreve suas idéias, problemas, angústias e desejos, podendo disponibilizar informações pessoais e fotos.

. E-mail: Trata-se do correio eletrônico, através do qual é permitido enviar e receber mensagens, imagens, fotos etc.

. Redes de Relacionamentos: Espaços virtuais onde se promove a reunião de indivíduos e comunidades com afinidades ou objetivos comuns, capazes de manter e ampliar os relacionamentos inter-pessoais.

Quanto às formas de se evitar o assédio de pedófilos, os principais sites que tratam sobre o assunto fazem recomendações que servem de suporte aos responsáveis. Vejamos algumas dicas disponibilizadas na rede e outras, como sugestões minhas para os pais:

- Mantenha sempre um diálogo aberto com os filhos;

- Fale sobre pedofilia e, em casos de reportagem, não a ignore, enfoque a situação a fim de gerar uma maior conscientização e a possibilidade de uma discussão em família;

- Pesquise e aprofunde os seus conhecimentos acerca do tema a fim de se sentir mais seguro na forma de intervir junto aos filhos;

- Oriente-o a respeito das formas de abordagem de um aliciador de crianças e adolescentes através de pedido de informações ou de oferta de brindes, presentes na rua;

- Observe qualquer comportamento estranho que o (a) filho (a) venha apresentando (mais introspectivo, choroso, rebelde, agressivo etc.);

- Observe se este apresenta arranhões, hematomas ou marcas no corpo de origem desconhecida e indague sobre a sua procedência;

- Evite deixar os filhos a sós com pessoas estranhas ( não esquecer, também, dos diversos casos já registrados entre indivíduos da mesma família);

- Observe – na vizinhança – qualquer movimento suspeito de crianças entrando e saindo de uma mesma residência.


No caso do Ambiente Virtual:

- Aprenda mais sobre a Internet, caso não a domine o suficiente;

- Dedique uma parte do tempo para navegar na Internet com seu (sua) filho (a);

- Oriente-o sobre a importância do uso responsável dos recursos on-line e dos perigos que estes escondem;

- Evite colocar o computador no quarto dos filhos (longe dos olhos dos pais);

- Se o computador estiver no quarto, estabeleça que eles mantenham a porta sempre aberta, principalmente, quando estiverem com acesso à rede (os responsáveis podem entrar para simples averiguação);

- Procure conhecer os amigos que seu filho possui no mundo virtual;

- Verifique, sempre que puder, os e-mails dos filhos;

- Instruí-lo a não postar fotos pela Internet;

- Caso ele as tenha, principalmente, como membro de site de relacionamentos, observe as fotografias que ele está disponibilizando em sua página (evitar a postagem de fotos com pose provocativa que pode incitar o pedófilo);

- Oriente-o a respeito das formas de abordagem de um aliciador de crianças e adolescentes na rede;

- Oriente-o a não divulgar dados pessoais (idade, endereço e telefone) em salas de bate-papo etc.;

- Instale dispositivos de bloqueio e controle a determinados sites;

- Oriente e não permita que os filhos marquem encontros com desconhecidos;

- Estabeleça regras e limites para o uso da Internet;

- Se possível, oriente-o a não utilizar ou a ter cuidados em Lan Houses, pois estas são os espaços de maior acessibilidade dos pedófilos, uma vez que o computador doméstico ou do trabalho pode ser facilmente identificado através do seu IP (endereço numérico que fica registrado em todos os sites visitados pela máquina, sendo um grande aliado na descoberta de pedófilos e criminosos virtuais).

Todo cuidado é pouco e o diálogo continua sendo a maior arma nesta batalha.

Fontes de Pesquisa:
 
 
 
 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Mensagem para os Responsáveis: Girassóis e Miosótis




GIRASSÓIS E MIOSÓTIS

José Fernandes de Oliveira (Pe. Zezinho)

O girassol é flor raçuda, que enfrenta até as mais violentas intempéries acaba sobrevivendo. Ela quer luz e espaço e em busca desses objetivos, seu corpo se contorce o dia inteiro.
 
O girassol aprendeu a viver com o sol e por isso é forte. Já o miosótis é plantinha linda, mas que exige muito mais cuidado. Gosta mais de estufa.
 
O girassol se vira... e como se vira! O miosótis quando se vira, vira errado. Precisa de atenção redobrada.
 
Há filhos girassóis e filhos miosótis. Os primeiros resistem a qualquer crise: descobrem um jeito de viver bem, sem ajuda. As mães chegam a reclamar da independência desses meninos e meninas, tal a sua capacidade de enfrentar problemas e sair-se bem.
 
Por outro lado, há filhos e filhas miosótis, que sempre precisam de atenção. Todo cuidado é pouco diante deles. Reagem desmensuradamente, melindram-se, são mais egoístas que os demais, ou às vezes, mais generosos e ao mesmo tempo tímidos, caladões, encurralados. Eles estão sempre precisando de cuidados.
 
O papel dos pais é o mesmo do jardineiro que sabe das necessidades de cada flor, incentiva ou poda na hora certa. De qualquer modo fique atento.
 
Não abandone demais os seus girassóis porque eles também precisam de carinho... E não proteja demais os seus miosótis.
 
As rédeas permanecem com vocês... Mas também a tesoura e o regador.
 
Não neguem, mas não deem tudo que querem: a falta e o excesso de cuidados matam a planta...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Lista de países por Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) - 2009

Texto atualizado 09/08/2010
Lista dos países por Índice de Desenvolvimento Humano - IDH
(2009)


. Países classificados com IDH Muito Elevado

1. Noruega - 0,971
2. Austrália - 0,970
3. Islândia - 0,969
4. Canadá - 0,966
5. Irlanda - 0,965
6. Holanda - 0,964
7. Suécia - 0,963
8. França - 0,961
9. Suíça - 0,960
10. Japão - 0,960
11. Luxemburgo - 0,960
12. Finlândia - 0,959
13. EUA - 0,956
14. Áustria - 0,955
15. Espanha - 0,955
16. Dinamarca - 0,955
17. Bélgica - 0,953
18. Itália - 0,951
19. Liechtenstein - 0,951
20. Nova Zelândia - 0,950
21. Reino Unido - 0,947
22. Alemanha - 0,947
23. Cingapura - 0,944
24. Hong Kong, China (RAE) 0,944
25. Grécia - 0,942
26. República da Coreia - 0,937
27. Israel - 0,935
28. Andorra - 0,934
29. Eslovênia - 0,929
30. Brunei - 0,920
31. Kuwait - 0,916
32. Chipre - 0,914
33. Qatar - 0,910
34. Portugal - 0,909
35. Emirados Árabes Unidos - 0,903
36. República Tcheca - 0,903
37. Barbados - 0,903
38. Malta - 0,902

. Países classificados com IDH Elevado
39 Bahrein 0,895 -1
40 Estônia 0,883
41 Polônia 0,880
42 Eslováquia 0,880
43 Hungria 0,879 -2
44 Chile 0,878 -1
45 Croácia 0,871
46 Lituânia 0,870
47 Antígua e Barbuda 0,868
48 Letônia 0,866
49 Argentina 0,866 -2
50 Uruguai 0,865 -1
51 Cuba 0,863
52 Bahamas 0,856
53 México 0,854
54 Costa Rica 0,854 -1
55 Líbia 0,847
56 Omã 0,846 -1
57 Seychelles 0,845
58 Venezuela 0,844
59 Arábia Saudita 0,843 -1
60 Panamá 0,840
61 Bulgária 0,840 -2
62 São Cristóvão e Nevis 0,838 -2
63 Romênia 0,837
64 Trindade e Tobago 0,837 -1
65 Montenegro 0,834
66 Malásia 0,829
67 Sérvia 0,826
68 Belarus 0,826
69 Santa Lúcia 0,821 -1
70 Albânia 0,818
71 Federação Russa 0,817
72 Macedônia 0,814
73 Dominica 0,814 -2
74 Granada 0,813
75 Brasil 0,813
76 Bósnia-Herzegóvina 0,812
77 Colômbia 0,807
78 Peru 0,806 -1
79 Turquia 0,806 -1
80 Equador 0,806 -3
81 Maurício 0,804 -2
82 Cazaquistão 0,804 -1
83 Líbano 0,803 -3

Países classificados com IDH Médio
84 Armênia 0,798
85 Ucrânia 0,796 -1
86 Azerbaijão 0,787
87 Tailândia 0,783
88 Irã, República Islâmica do 0,782 -1
89 Geórgia 0,778
90 República Dominicana 0,777 -1
91 São Vicente e Granadinas 0,772
92 China 0,772
93 Belize 0,772 -3
94 Samoa 0,771
95 Maldivas 0,771
96 Jordânia 0,770 -1
97 Suriname 0,769
98 Tunísia 0,769
99 Tonga 0,768 -3
100 Jamaica 0,766 -8
101 Paraguai 0,761
102 Sri Lanka 0,759
103 Gabão 0,755
104 Argélia 0,754
105 Filipinas 0,751
106 El Salvador 0,747
107 Síria 0,742
108 Fiji 0,741 -1
109 Turcomenistão 0,739 -1
110 Territórios Ocupados da Palestina 0,737
111 Indonésia 0,734
112 Honduras 0,732
113 Bolívia 0,729
114 Guiana 0,729
115 Mongólia 0,727
116 Vietnã 0,725 -1
117 Moldávia 0,720
118 Guiné Equatorial 0,719
119 Uzbequistão 0,710
120 Quirguistão 0,710
121 Cabo Verde 0,708
122 Guatemala 0,704
123 Egito 0,703 -1
124 Nicarágua 0,699
125 Botsuana 0,694
126 Vanuatu 0,693 -1
127 Tadjiquistão 0,688
128 Namíbia 0,686
129 África do Sul 0,683 -1
130 Marrocos 0,654
131 São Tomé e Príncipe 0,651
132 Butão 0,619
133 Laos 0,619 -1
134 Índia 0,612
135 Ihas Salomão 0,610
136 Congo, República do (Brazzaville) 0,601
137 Camboja 0,593
138 Mianmar 0,586
139 Comores 0,576
140 Iêmen 0,575
141 Paquistão 0,572
142 Suazilândia 0,572 -2
143 Angola 0,564
144 Nepal 0,553
145 Madagascar 0,543
146 Bangladesh 0,543
147 Quênia 0,541
148 Papua-Nova Guiné 0,541 -2
149 Haiti 0,532
150 Sudão 0,531
151 Tanzânia 0,530
152 Gana 0,526
153 Camarões 0,523 -1
154 Mauritânia 0,520 -1
155 Djibuti 0,520
156 Lesoto 0,514
157 Uganda 0,514
158 Nigéria 0,511 -1

Países classificados com IDH Baixo
159 Togo 0,499
160 Malauí 0,493
161 Benin 0,492
162 Timor-Leste 0,489
163 Costa do Marfim 0,484
164 Zâmbia 0,481
165 Eritreia 0,472
166 Senegal 0,464
167 Ruanda 0,460
168 Gâmbia 0,456
169 Libéria 0,442
170 Guiné 0,435
171 Etiópia 0,414
172 Moçambique 0,402
173 Guiné-Bissau 0,396
174 Burundi 0,394
175 Chade 0,392
176 República Democrática do Congo 0,389
177 Burkina Fasso 0,389
178 Mali 0,371
179 República Centro-Africana 0,369
180 Serra Leoa 0,365
181 Afeganistão 0,352
182 Níger: 0,340


Fonte: UOL Notícias

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)




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NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi criado e passou a ser utilizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), desde o início dos anos 90. Este índice é aplicado para classificar o país em função do grau de desenvolvimento e de qualidade de vida da população.

O IDH é calculado com base em dados econômicos e sociais (saúde e educação), cujos indicadores analisados são:

. Renda per capita » corresponde à renda nacional de um país dividida pelo número de seus habi-tantes. A renda nacional é a soma de todos os rendimentos recebidos durante um ano pelos habitantes de um país, como salários, lucros, aluguéis, juros etc.

. Expectativa de vida » consiste no número de anos que as pessoas vivem em média, o que – por sua vez – depende muito dos índices de mortalidade, na qual se inclui a mortalidade infantil.
. Índice de analfabetismo » corresponde à percentagem das pessoas acima de 15 anos, que não sabe ler e nem escrever um bilhete simples, na população total residente do mesmo espaço geográfico e de mesma faixa etária.

. Taxa de matrículas nas redes de Ensino (público e privado) » consiste no número de ma-trículas existentes no Ensino Fundamental, Médio e Superior.


Classificação de acordo com o IDH:

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) varia de 0 a 1, na seguinte ordem:
- igual ou maior que 0,800 (IDH elevado);
- de 0,500 a 0,799 (IDH médio);
- menor que 0,500 (IDH baixo).

De acordo com o Prof. Eduardo de Freitas (Equipe Brasil Escola), a análise do IDH em nosso país, realizado pela ONU, indica que o território brasileiro apresenta cinco realidades distintas.
 
Em ordem decrescente de nível de desenvolvimento, o Brasil é caracterizado, segundo os dados econômicos e sociais, pelas seguintes regiões:

A primeira região que apresenta o melhor IDH compreende os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

A segunda região, com IDH intermediário, abrange os estados do Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Amapá.

A terceira região compreende os estados de Tocantins, Pará, Amazonas, Rondônia e Roraima.

A quarta região é formada pelo Acre, Bahia, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.

A quinta região, com o pior IDH do país (equivalente aos países mais pobres do mundo), abrange os estados do Maranhão, Piauí, Alagoas, Sergipe e Paraíba.


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Xenofobia

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Texto modificado em 09/12/2020 às 16:00
 
Recentemente, os principais canais de comunicação de massa (televisão, rádio e jornais impressos) noticiaram o caso da advogada pernambucana Paula Oliveira, que alegou ter sido abordada e agredida por um grupo de neonazistas nos arredores de Zurique, na Suíça, quando falava ao celular com sua mãe, que estava no Brasil.

As notícias vincularam o fato a mais um caso de xenofobia na Europa e este tomou grandes proporções, pois a brasileira confirmou que estava grávida e em consequência das graves agressões, ela havia abortado.

Desde o início, a polícia suíça desconfiou da veracidade de seu depoimento, alegando que as circunstâncias eram incertas.

Depois de muita polêmica sobre o ocorrido e as autoridades associadas direta e indiretamente ao caso de ambos os países (Suíça e Brasil), inclusive e ao mesmo tempo, de revolta e comoção da população brasileira, Paula Oliveira teria confessado que o suposto ataque era uma farsa, assim como a própria gravidez.

Especula-se – segundo os jornais locais – que a intenção da brasileira ao arquitetar a farsa era processar o Estado devido à agressão e obter deste u,a volumosa indenização, orçada em até R$ 200 mil.

Não estou aqui para discutir a atitude da pernambucana Paula Oliveira, mas vou aproveitar a temática reascendida para tratar desta temática tão polêmica que é a Xenobofia.

Podemos definir o racismo como o pensamento e/ou a prática em desvalorizar certos grupos étnicos, sociais ou culturais, atribuindo-lhes um grau de inferioridade em relação aos que o praticam e que se julgam superiores.

O racismo que atinge as populações de imigrantes é chamado de “o novo racismo”.

Após a II Guerra Mundial, os países europeus abriram suas fronteiras à imigração estrangeira, incentivando a vinda de imigrantes principalmente do norte da África, Turquia e Oriente Médio, cuja mão-de-obra barata (sem qualificação) foi essencial ao processo de reconstrução da Europa.

Durante muitas décadas, o continente recebeu imigrantes oriundos de diversos países subdesenvolvidos e, além destes, várias migrações ocorreram dentro da própria Europa, com a saída de pessoas de vários países do Sul, cujo nível de vida é mais baixo e, do leste, após a crise nos países do Leste Europeu.

A Alemanha, França, Itália, Bélgica e a Inglaterra foram os países que mais receberam imigrantes.

Contudo, as imigrações que, antes, eram toleradas e até incentivadas, passaram a ser reprimidas. Essa atitude mudou a partir do momento em que as diferenças sócio-econômicas no mundo cresceram de forma significativa.

O aumento do desemprego a nível mundial e o distanciamento cada vez maior entre os países pobres e ricos fez com o volume de entrada de imigrantes se tornasse muito grande.

Como conseqüência, os países procuraram. apoiados na legislação, diminuir e até suspender a entrada de imigrantes estrangeiros. Em razão disso, as imigrações continuaram só que de maneira clandestina.

Daí, o racismo europeu veio à tona, surgindo no final dos anos 80 e início dos anos 90. A hostilidade aos estrangeiros e a exaltação ao nacionalismo pelo medo da perda de identidade nacional (ou estrangeirização) têm se manifestado, ao longo dos anos, em muitos países da Europa.

A “xenofobia” – definida como aversão ao estrangeiro – vem crescendo e mantendo-se de forma assustadoramente, tornando-se um problema grave e preocupante, não só na Europa como também em outros continentes.

Aos imigrantes são atribuídos a culpa pelo aumento do desemprego, da criminalidade, da prostituição, do tráfico de drogas, etc., transformando-os em “bodes expiatórios” na explicação do agravamento desses problemas econômicos e sociais.

Apesar de alguns países contarem com a atual legislação, a França e, sobretudo, a Alemanha, usam a violência contra os mesmos, principalmente, com os africanos (Argélia, Marrocos e Tunísia), na França e, os turcos, na Alemanha.

Mas, o alvo nem sempre são só estes ou negros, judeus, homossexuais, mas sim todos os povos dos países do Sul, de uma forma geral. Com isso, multiplicaram-se notadamente os movimentos racistas através de atentados praticados por diversos grupos, que se autoproclamam de neonazistas.

Na Alemanha, por exemplo, ainda se verifica um outro agravante: com a incorporação da antiga Alemanha Oriental (ex-socialista), um grande contingente de trabalhadores não-especializados vieram para o lado ocidental e encontraram milhões de imigrantes exercendo atividades que eles reivindicavam.

Na verdade, os imigrantes exercem, em geral, atividades que os nacionalistas não querem executar.

Na Europa, além do crescente número de atentados neonazistas, essa situação tem levado ao surgimento de partidos políticos de extrema direita, exageradamente nacionalistas e racistas, que pregam uma “limpeza étnica” nos países.