sexta-feira, 5 de março de 2010

Poesia: Prece do Estudante


Imagem capturada na Internet (Portal Aprendiz - UOL)


Já que estamos falando, também, do papel do professor (mensagem da postagem anterior), por que não tomarmos outro texto sobre o papel do aluno?

Como mencionei no dia 22 de fevereiro, solicitei a leitura de alguns textos aos alunos. Ainda não os cobrei, mas na semana que vem - com toda a certeza - irei aplicar uma Atividade Dirigida.

Ano passado, utilizando os mesmos textos, a dinâmica foi na sala de aula através de leitura e discussões com eles. Foi algo bastante enriquecedor, mas percebi que muitos não haviam lido.

Este ano, para variar um pouco, decidi por uma Atividade Dirigida específica, individual, ou seja, Leitura e Interpretação. Alguns alunos, inclusive, têm vindo ao meu encontro para tirar dúvidas e até saber da minha opinião.

Em função disso e da importância de tomarmos consciência do importância do papel de cada um, seja do aluno seja do professor, extrai esta poesia do Artigo do Prof. e Economista José Pio Martins acerca da relação aluno x professor.

Ótima poesia para discutirmos não só o papel do aluno, como - sobretudo - o do professor. Vejamos:



PRECE DO ESTUDANTE
Humberto Maturana*



Não me imponha o que você sabe;
quero explorar o desconhecido,
e ser a origem das minhas próprias descobertas.

Que o seu saber seja minha liberdade,
Não minha escravidão.
O mundo de sua verdade pode ser minha limitação;
sua sabedoria, minha negação.

Não me instrua; vamos caminhar juntos.
Deixe que minha riqueza comece
onde a sua termina.

Mostre-se a mim, de maneira que eu possa
subir em cima dos seus ombros,
e ver mais longe.
Revele-se para que eu possa ser
alguma coisa diferente.

Você crê que todo ser humano
pode amar e criar.
Compreendo, por isso, seu medo,
quando lhe peço que me deixe viver de
acordo com minha sabedoria.

Você nunca saberá quem eu sou,
se escutar apenas a si mesmo.
Não me instrua; me deixe ser;
seu fracasso é que eu seja idêntico a você.





* biólogo chileno, escreveu esta poesia para um professor do seu filho, que inibia o desabrochar da criatividade da criança, querendo impor-lhe um modelo rígido.



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