domingo, 31 de julho de 2011

A Crise da Dívida dos Estados Unidos

Imagem capturada na Internet (Fonte: Opinião e Notícias)


O mundo todo tem acompanhado o grande impasse acerca da economia estadunidense (EUA) diante da crise da dívida pública do país. A preocupação é geral, porque o que está em jogo não é apenas uma questão de economia nacional, mas sim mundial.

Afinal, a dívida da maior economia do mundo a expõe ao risco de perder a sua credibilidade de boa pagadora e mais próximo de vingar o calote, o primeiro da história dos EUA.

A origem do seu endividamento remonta as despesas com financiamentos de guerras e ações militares, bem como as operações norte-americanas no Afeganistão e os efeitos da crise financeira de 2008 (imobiliária e bancária).

Como sabemos, em tempo de recessão, para estimular o crescimento da economia, o país necessita de mais dinheiro. Em virtude disso e no caso específico dos EUA, o país emitiu mais papéis para ter dinheiro a fim de evitar a falência de empresas e bancos, promoveu isenção e reduziu alguns impostos, pagou benefícios sociais como seguro-desemprego diante do aumento das demissões e dos cortes de pessoal.

Estas medidas acabaram endividando não só os EUA, como também outros países, como a Grécia, Irlanda e Itália, os quais se encontram também em crise econômica.

Pois bem, até 3ª feira que vem, dia 02 de agosto, o presidente Barack Obama e o Congresso precisam chegar a um acordo consensual, capaz elevar o teto da dívida pública do país e outras medidas a fim de se evitar o risco de calote e agravar os impactos - já existentes - na economia mundial por conta da fragilidade econômica e financeira por qual o país perpassa.

Desde o mês de maio do ano em curso, a dívida pública do país alcançou o limite máximo estabelecido por lei, isto é, chegou a ordem de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões). Este é o limite máximo da dívida pública dos EUA aprovado e estabelecido pelo Congresso americano em 1917.

Em maio, o Secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, anunciou medidas provisórias a fim de evitar o aumento da dívida, como – por exemplo - a suspensão de investimentos em fundos de pensão.

Na atual conjuntura e diante dos riscos eminentes, a solução seria elevar o teto da dívida (cogita-se na ordem de US$ 16 trilhões) e o se prazo a fim de que o país possa adquirir mais empréstimos e abater parte da sua dívida pública.

No entanto, o prazo para a votação está chegando, próxima terça-feira (02/08), e o mundo vem acompanhando o desenrolar das negociações internas de forma apreensiva.

Esse tipo de renegociação é comum no Congresso americano, segundo fontes de pesquisa, inclusive com ocorrências periódicas desde a data em que foi estabelecido o limite legal para o endividamento do país (1917).

No entanto, a atual rodada de negociação acerca do teto da dívida federal do país enfrenta um grande impasse, que se configura mais político que econômico.

O problema maior é a falta de consenso - no Congresso - por parte dos líderes dos partidos democrático (o mesmo do presidente dos EUA) e republicano (partido da oposição ao governo atual) na renegociação da dívida e adoção de outras medidas.

O presidente Barack Obama e os democratas apoiam um prazo mais longo para o pagamento da dívida pública mais a implantação de outras medidas, como alguns cortes nas despesas e o aumento da arrecadação de impostos sobre à população rica. Por sua vez, os republicanos defendem que a elevação da dívida pública - sob um acordo de curto prazo - esteja condicionada a cortes no orçamento americano, sobretudo, a na esfera social (políticas públicas assistencialistas que atendem às camadas mais pobres da população).

Daí, muitos especialistas afirmarem que a crise está vinculada mais à política do que à própria economia, pois o maior empecilho é a falta de consenso no pacote de medidas e, também, no prazo de cumprimento da dívida.

De acordo com o Jornal do Brasil, diante da atual crise da dívida dos EUA, tanto a economia americana quanto a economia mundial se encontram nas mãos destes dois partidos políticos, os quais divergem em seus interesses e têm propostas distintas.

Segundo o professor de Economia (PUC/SP), Antonio Carlos dos Santos, “A economia ainda não apresenta uma recuperação sólida, então cortar gastos não é bom. Aumentar a arrecadação de imposto é uma boa ideia porque quem vai pagar é o pessoal de alta renda. Tanto do ponto econômico quanto social, isso faz todo o sentido. Os democratas estão defendendo o sistema de bem-estar social e os republicanos estão tentando destruir o Welfare State dos EUA. É isso que está em jogo”.

Dizer que o problema da dívida pública dos EUA não é nosso é relativo, pois realmente este não é, mas nos afeta diretamente e irá nos afetar mais ainda, inclusive, a outros países se não houver um consenso durante a votação no Congresso americano na próxima 3ª feira.

Se não houver um acordo e a crise não tiver solução viável, a economia globalizada enfrentará um verdadeiro caos. Não esqueçamos que o euro se encontra fragilizado mediante a crise na União Europeia e o dólar ainda é uma moeda de referência no mercado, ditando a base de todas as negociações e acordos de acordo com o preço do dólar. E se este continuar em queda, sua desvalorização afetará os mercados, as trocas comerciais (exportações e importações), a produção industrial, entre outros aspectos.

Só para se ter uma ideia, entre os países que mais aplicou em títulos do governo norte-americano, temos a China, em primeiro e, o Brasil, em segundo lugar. Além disso, o nosso país figura entre os maiores credores dos EUA.

A China aparece como o maior credor, com US$ 1,1 trilhão, seguido pelo Japão (US$ 882,3 bilhões), pelo Reino Unido (US$ 272,1 bilhões), pelos países exportadores de petróleo (US$ 211,9 bilhões) e o Brasil (US$ 187 bilhões). Estas são as quantias que os EUA devem aos respectivos credores.

Dá para dizer que não temos nada a ver com este problema estadunidense? E a economia mundial?

Para ler mais sobre o assunto, acessem o UOL.


Fontes de Consulta



. Terra

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