quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Vazamento de Petróleo na Bacia de Campos, Rio de Janeiro


 Bacia de Campos - Imagem capturada na Internet (Fonte: Último Segundo)


Graves danos ambientais, riscos à biodiversidade marinha, mentiras, dados incompatíveis com a situação real, perdas econômicas, negligência na segurança por parte da multinacional responsável... Esta é uma sinopse do vazamento de óleo (petróleo) que ocorre, desde o dia 08 de novembro, em um dos poços no Campo de Frade, na Bacia de Campos (RJ), litoral norte do estado, considerada a principal província petrolífera do país.
O referido poço situa-se a 370 Km do litoral do Rio de Janeiro e a uma profundidade aproximada de 1,2 mil metros.

 Imagem capturada na Internet (Fonte: Último Segundo)

Além do dano ambiental, em termos de poluição das águas e à biodiversidade marinha, o óleo pode chegar às praias de Ubatuba (SP), Arraial do Cabo e de Angra dos Reis (ambas no Rio de Janeiro) em duas semanas a um mês, segundo Carlos Minc, Secretário Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro.
O que mais irritou as autoridades brasileiras e, sobretudo, à Agência Nacional do Petróleo (ANP) foi o fato da Chevron, empresa multinacional estadunidense, que tem a concessão para explorar petróleo no Campo de Frade ter mentido sobre as reais causas que provocaram o vazamento e ter ocultado informações e imagens sobre o mesmo.
De acordo com a primeira versão da referida multinacional, o vazamento de petróleo se deu em uma falha geológica, ou seja, sem a influência da atuação da petroleira. Mas, o próprio IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) já comprovaram que o vazamento ocorreu por problemas no poço.
E a respeito disso, a empresa contratada - pela Chevron - para realizar os serviços de perfuração do poço foi a Transocean, a mesma que operava a plataforma da BP no Golfo do México, no ano passado, quando houve aquele grande vazamento de petróleo.
Carlos Minc afirmou que a pressão utilizada na perfuração (pela Transocean) foi além da determinada, ou seja, em desacordo com as características geológicas do fundo do mar da região.
De acordo com a legislação brasileira, a Chevron – por ter a concessão de exploração de petróleo na região – se torna a responsável pelos erros cometidos pelas companhias contratadas por ela, estando sujeita a vários tipos de multas e penalidades.
O Secretário do Ambiente, Carlos Minc, decidiu que vai descredenciar a Transocean para qualquer atividade de perfuração no estado, assim como declarou que vai solicitar ao presidente do IBAMA que a mesma medida se estenda em todo o território nacional com relação à atuação da referida empresa.
Inclusive, a própria Chevron corre o risco de ser proibida de operar no Brasil, por determinação da Agência Nacional do Petróleo (ANP), devido à tentativa de ocultar informações precisas e imagens sobre o vazamento de petróleo.
O presidente da Chevron no Brasil, George Buck, afirmou que a companhia assumiu a total  responsabilidade pelo acidente, alegando que houve uma subavaliação da pressão no reservatório de petróleo.
Conforme era previsto, além da multa do IBAMA - em R$ 50 milhões - por danos ambientais na costa (este valor pode subir para R$ 60 milhões), a empresa Chevron foi notificada das multas emitidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que é na ordem de R$ 100 milhões e por parte do governo estadual, também, estabelecida em R$ 100 milhões.
A Chevron já recebeu as autuações e declarou que vai analisar o assunto e decidir por quais medidas tomar.
O total de vazamento de petróleo ainda é uma questão polêmica, pois há divergências entre as informações prestadas tanto pela Chevron, pela ANP e pela ONG americana SkyTruth. A primeira confirmou, na 6ª feira passada (18/11), que o vazamento era equivalente a 882 barris. A Agência Nacional do Petróleo (ANP), por sua vez, avaliou em entre 1 400 a 2 310 barris, enquanto a ONG americana SkyTruth estimou um saldo bem maior, de 15 mil barris.
Um barril de petróleo equivale a cerca de 159 litros do referido óleo.
 Embora menor, o vazamento ainda continua. O poço recebeu cimentação na 5ª feira passada (17/11), mas este continuou a apresentar derramamento de óleo. Está prevista, para esta semana, mais cinco etapas de cimentação no referido poço.

Fontes de Consulta
. Jornal O Globo (impresso/várias edições)

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