segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Somália: Fome, Seca, Guerra Civil, Instabilidade Política, Ataques Terroristas e... Descaso Internacional

Somália
Imagem capturada na Internet
Fonte: IstoÉ
 

Dando prosseguimento ao artigo sobre os atentados terroristas na Somália...
 
Como mencionei anteriormente, no ranking dos países com mais registros de ataques terroristas no mundo, definido em 2016 e publicado pelo Global Terrorism Index, a Somália aparece entre os dez primeiros países, ocupando a sétima posição, estando atrás do Iraque, Afeganistão, Nigéria, Paquistão, Síria e Iêmen.
 
Mas, por que os recentes ataques terroristas ocorridos, este mês, em Mogadíscio, capital da Somália, não tiveram tanta repercussão nas mídias quanto a outros atentados no Ocidente que aconteceram, por exemplo, em algum país europeu ou em território estadunidense (EUA)?

Por que os atentados terroristas praticados em diferentes países do mundo recebem tratamento internacional distinto? Sobretudo, das mídias?

Perguntas estas, que deixam qualquer pessoa encasquetada quando se depara com ambas, as situações. Ainda mais sabendo que, a discrepância entre os números de mortos e de feridos é muito grande, quando comparados. Não dá para entender... Ou dá?

Só para se ter uma ideia, no ano passado (2016), mais de 34.000 pessoas morreram em consequência dos mais de 13.400 ataques terroristas registrados no mundo inteiro no mesmo período. Entre essas vítimas fatais, inclui-se as mais de 11.600 mortes por agressões.

No entanto, pouco soubemos desses quantitativos alarmantes (ataques versus mortos), capazes de assombrar a qualquer um. E um dado interessante fornecido por esse levantamento, realizado e publicado pela Universidade de Maryland, EUA (START Background Report), no mês de agosto passado, é que, apesar dos atentados terroristas tenham sido registrados em 108 países, geograficamente, sua concentração, tanto em termos de ataques (87%) e mortes (97%), deu-se na Ásia (Oriente Médio e Sul da Ásia) e na África (África Subsaariana e norte do continente africano), ou seja, em países subdesenvolvidos.
 
Será que não é sob este aspecto, estritamente econômico, que reside a razão do descaso e da falta de interesse em tratar seriamente os inúmeros ataques terroristas nesses países, justamente, da Ásia e da África? Tal como aconteceu com a Somália, país africano, que teve o pior atentado terrorista de sua história no último dia 14 deste mês?
 
Por isso, não será o fator econômico que rege o jogo de interesse por detrás das manchetes dos principais meios de comunicação (jornais, revistas, Internet etc.)?
 
Se a Nova Ordem Mundial estabelecida, após o fim da Guerra Fria (início dos anos 90 do Século XX), substituiu o poder militar pelo poder econômico e financeiro, não há dúvidas quanto a isso...
 
Vejamos, por exemplo, outro fato que nos chama a atenção em relação às manchetes do jornalismo. Consisti no caso dos refugiados da Síria, que agrega -  como principais fatores da migração - a guerra civil instalada no país em 2012 e, também, as atrocidades praticadas pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI). A Síria ocupa a quinta posição no mesmo ranking publicado pelo Global Terrorism Index.
 
As repercussões nas mídias acerca dos fluxos de refugiados sírios na Europa passaram e passam, ainda, a ideia que o continente europeu é o que mais recebeu e recebe a população síria em busca de refúgio.
 
Sírios chegaram à ilha grega de Lesbos
Imagem capturada na Internet
Fonte: BBC Brasil
 
As imagens foram emblemáticas quanto a isso, quando - na verdade – os próprios países vizinhos do Oriente Médio é que receberam o maior quantitativo, como a Turquia, o Líbano e a Jordânia, que mantêm suas fronteiras abertas e ainda recebem os refugiados sírios.
 
O interesse nesse tipo de abordagem, em sua divulgação e de sua própria ênfase condiz aos efeitos que tais ações implicam no mundo dos negócios, no sistema financeiro, colocando em risco o crescimento econômico dos países envolvidos.
 
No entanto, segundo Erin Miller - diretora de programas da Global Terrorism Database – as razões para tais manchetes, ou seja, aos destaques nas mídias dos casos de ataques terroristas registrados em países do Ocidente decorrem por estes serem atípicos nessas áreas, ao contrário, do que parece “corriqueiro” (grifo meu) no Oriente Médio. 
 
 "Obviamente, acabam recebendo muita atenção porque são atípicos e viram manchetes, enquanto que o Oriente Médio é esquecido"
 
Mas, ela reconhece a maioria dos "ataques terroristas" que ocorreram no mundo, no ano passado, se concentraram tanto na Ásia (Oriente Médio e Sul da Ásia) quanto na África (África Subsaariana e norte do continente africano).
 
Os atentados terroristas registrados nos países do Ocidente, segundo dados de 2016 da Global Terrorist Data-base, representaram apenas 2,5% de todos os ocorridos no mundo no mesmo período.
 
A verdadeira razão não está no fato de ser algo atípico no Ocidente... E o número de vidas que são perdidas, também, não requer tratamento distinto, um maior interesse por parte das autoridades e mídias internacionais?
 
Essa desigualdade no simples olhar observador das mídias denota o jogo de interesse que se encontra escamoteado pela maior divulgação de alguns casos, enquanto outros - mais aterrorizantes e cruéis - são "esquecidos", nas próprias palavras da Erin Miller.
 

 

Somália: Sucessivos Ataques Terroristas marcam o mês de Outubro de 2017


 Ataque terrorista na Somália (14/10)
Imagem capturada na Internet
Fonte: Bitnews
 
A Somália, país localizado na região conhecida como Chifre da África, no extremo oriente do continente (África Oriental), sofreu mais dois atentados em sua capital, Mogadíscio, ontem (28/10), quando ainda tentava se recuperar do pior ataque terrorista registrado em seu território, ocorrido recentemente, no último dia 14/10, também, na capital do país.
 
 Região do Chifre da África
(Somália, a Etiópia, o Djibouti e a Eritreia)
Imagem capturada na Internet
 
terroristas, ambos com uso de veículos-bombas (cheio de explosivos) foram detonados no centro da capital da Somália. O primeiro ataque foi em uma região bastante movimentada do centro da capital, onde há concentração de hotéis, restaurantes e sede de escritórios do governo. A explosão foi próxima ao hotel Safari. Já, o segundo atentado, também, por meio de veículo-bomba (um micro-ônibus) ocorreu no distrito de Wadajir.
 
De acordo com as informações divulgadas nos principais meios de comunicação, o número de mortos desses dois ataques foi na ordem de 358 vítimas, além de centenas de feridos, sendo registrado também mais de 50 pessoas desaparecidas.
 
 Ataque terrorista na Somália (14/10)
Imagem capturada na Internet
Fonte: Terra

A dificuldade em precisar o número de mortos e feridos após esse duplo atentado (14/10) foi admitida pelas próprias autoridades somalis, tendo em vista que grande parte dos feridos mais graves foi transferida tanto para Turquia quanto para o Quênia e o Sudão para o devido tratamento médico, assim como, logo após as explosões, muitas pessoas enterraram seus familiares mortos. Considerando ainda as vítimas soterradas pelos escombros.
 
Dois dias antes desses atentados, além do Governo somali ter perdido dois membros de seu alto escalão, o ministro da Defesa, Abdirashid Abdullahi Mohamed e, o Chefe das Forças Armadas, Ahmed Jimale, ocorreu um encontro entre o presidente da Somália  e membros importantes do comando dos EUA na África.
 
Nenhum grupo terrorista assumiu a autoria desses atentados, mas as autoridades da Somália atribuem as ações ao Al Shabaab, grupo terrorista ligado à Al-Qaeda.

O Al Shabaab intenta dominar o território somali, desde que iniciou uma guerra civil no país, em 1991, quando o então, presidente e ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando a Somália sem um governo efetivo e o caos político (instabilidade) foi desencadeado por diferentes interesses.
 
Mohamed Siad Barre
Ex-Presidente da Somália (1969-1991)
 Imagem capturada na Internet
Fonte: Wikipédia
 
O referido grupo terrorista chegou a ter controle das porções Central e Sul da Somália, mas acabou sendo expulso das principais cidades. No entanto, mantendo-se firme em seus propósitos, o grupo - desde então - vem submetendo o país a diversos ataques a civis, com uso de bombas.
 
O atual governo da Somália - Governo Federal de Transição – estabelecido em 2004, é aliado da União das Cortes Islâmicas e da Aliança para a Relibertação da Somália. O Governo é reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), pela União Africana e tem apoio dos EUA.  Inclusive, este último, no começo deste ano (2017) confirmou seu apoio e reforços às ações militares contra os extremistas, membros do Al Shabaab que, em resposta, anunciaram que iriam aumentar os ataques.

Passadas duas semanas, exatamente, desse duplo atentado, considerado o pior da história da Somália, ontem (sábado), o país sofreu novamente dois ataques terroristas. E mais, uma vez, a capital (Mogadíscio) foi o alvo e cenário do terror com essas investidas, com uso também de veículos-bomba.

 
 Ataque terrorista na capital da Somália, em 28/10
Imagem capturada na Internet
Fonte: Veja
 
No primeiro atentado de ontem, um carro-bomba invadiu o Hotel Nasa Hablod Two, bastante frequentado, inclusive, por políticos e militares. Após a explosão, segundo as notícias divulgadas, os militantes ocuparam o hotel. Em seguida, no mesmo local, teve início um tiroteio entre as forças de segurança somalis e os referidos militantes, membros do grupo Al-Shabab.
 
De acordo com o que foi noticiado, 18 pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas.
 
A segunda explosão ocorreu próximo a um antigo prédio do governo, 1h30 depois, com um micro-ônibus-bomba. Não foi divulgado se houve ou não vítimas fatais e/ou feridos nesta ação.
 
De acordo com um levantamento publicado em 2016, a Somália figura entre os dez países com mais registros de ataques terroristas no mundo.
 
Fontes:
 
 
 
 
. Veja

domingo, 22 de outubro de 2017

Mais uma Mobilização por Motivação Nobre

 Da esquerda para direita, os alunos Tamires Costa Carvalho,
Anderson Israel dos Santos e Alexandre Felipe de Souza
 
  Texto atualizado em 23/10/2017 às 22h23

Vamos mudar de assunto, passando da violência entre alunos (Bullying) para ações positivas nas escolas...
 
Campanha de arrecadação de donativos (alimentos não perecíveis) desenvolvida pelos alunos da Turma 1008, sob a minha coordenação, chegou ao fim. E, embora, o quantitativo alcançado tenha ficado abaixo de nossas expectativas, consideramos um saldo positivo, tendo em vista que tivemos pouco tempo de divulgação e incursões às salas de aula.

  Turma 1008 do
C.E.Prof.ª Sonia Regina Scudese
 
Além disso, não podemos deixar de considerar, para efeito disso, a semana de provas e de Recuperação, os Conselhos de Classes e a própria crise econômica, por qual estamos passando, sobretudo, nós, moradores do Rio de Janeiro (estado considerado em pior situação mediante a crise no país).
 
No momento, só temos um problema a resolver e com certa urgência... Arrumar meios de transporte para fazer a entrega dos donativos às duas Instituições a serem beneficiadas:
 
. Casa de Apoio à Criança com Câncer – São Vicente de Paulo (Irajá)
. Centro Terapêutico Maria Margarida (Penha)
 
No início da próxima semana tentarei ver se arrumo, pelo menos, dois carros tanto com os professores da Unidade Escolar quanto com a minha irmã Sueli Vieira (professora aposentada) que participa, também, da Campanha de Solidariedade da outra escola em que leciono (E.M. Dilermando Cruz).
 
Alguns alunos do C.E. Prof.ª Sonia Regina Scudese até a conhecem, pois ela já trabalhou na E.M. São Paulo, localizada no mesmo bairro, a qual é de origem da maioria do nosso corpo discente (conclusão do Ensino Fundamental). Inclusive, muitos foram alunos dela.
 
Coletamos mais donativos, mas o resultado parcial consiste em:
 
14 Kg de Feijão Preto;

02 Kg de Feijão Carioca;

10 Kg de Arroz (branco e parabolizado);

12 Kg de Açúcar;

02 Kg de Farinha de Trigo;

02 Kg de Farinha de Mandioca;

06 Kg de Espaguete;

02 Pacotes de Massas - Penne (500 gr.);

01 Pacote de Massas - Talharim (500 gr.);

01 Pacote de Massas - Espaguetinho (500 gr.);

01 Pacote de Massas - Caracol (500 gr.);

02 Frasco de Óleo de Soja;

01 Lata de Milho em conserva;

02 Lata de Leite em pó Integral (400 gr.);

40 Unidades de Gelatina em pó (35 gr.);

06 Caixas de Creme Dental (70 gr.);

01 Sabonete (85 gr.);

04 Sabonetes (90 gr.);

02 Detergente líquido. 

Alguns alunos se comprometeram a trazer, ainda, donativos na próxima semana. Por isso, o total arrecadado será divulgado assim que formos separa-los entre as duas Instituições.  

 
 

 Da esquerda para direita, os alunos Tamires Costa Carvalho,
Alexandre Felipe de Souza e Anderson Israel dos Santos



  Aluna do Turno da noite entregando a sua contribuição


Aluno Anderson Israel dos Santos

Os alunos Anderson Israel dos Santos e
Patrick dos Santos Silva

 Os alunos Tamires Costa,
 Anderson dos Santos e Alexandre de Souza


 Os alunos com a Diretora (Geral) do Colégio
Daniela Dutra Ferreira

 Os alunos com a Diretora (Geral) do Colégio
Daniela Dutra Ferreira
 
 Os alunos com a Coordenadora do Colégio
Lídia Maria Nogueira de Oliveira


 Eu e uma aluna do Turno da noite
que também contribui com a Campanha

Trabalhando com Charges: Horário de Verão

 Imagem capturada na Internet
Fonte: HC - UNICAMP
 
 

Como eu adoro trabalhar charges em avaliações e atividades dirigidas, selecionei algumas encontradas durante as minhas buscas na Internet (fontes diversas) sobre Bullying.
 

 
 



























 
 
 
Cyberbullying



 
 

Bullying deve ser tratado com seriedade

Imagem capturada na Internet


“Aluno atira em colegas dentro de escola em Goiânia,
mata dois e fere quatro”
(G1- Goiás)

Mais uma notícia trágica em uma Unidade Escolar de Goiás traz à tona a questão de uma prática, infelizmente, muito recorrente nas escolas, o Bullying entre alunos.
 
É claro que o Bullying não ocorre apenas em ambiente escolar, pelo contrário, em todos os locais onde o agrupamento de pessoas revela uma relação em que um se sente no direito de intimidar, debochar e humilhar o outro que, em geral, não fez nada contra o seu agressor.
 
No entanto, o fato da escola ser um espaço plural, ou seja, bastante heterogêneo e diversificado, o Bullying acaba sendo uma prática, na maioria das vezes, invisíveis aos olhos dos adultos, sejam estes, os próprios professores, funcionários ou os responsáveis dos alunos. Daí a importância de tratarmos o tema em sala de aula, por meio de palestra e/ou projetos pedagógicos.
 
Assim como os professores, os responsáveis devem questionar os seus filhos acerca da prática de Bullying na escola (no caso se há com algum aluno) ou com ele mesmo.
 
Eu falo isso, porque fui vítima de Bullying, principalmente, na minha adolescência. E eu perguntei a minha filha, tanto na época do Ensino Fundamental II quanto no Ensino Médio, se ela sofria o mesmo na escola. A possível motivação para esta sofrer seria a mesma que eu sofri, a cor (muito branca).
 
Incrível, não! Mas, eu fui apelidada de “Omo Total”, “Branca Azeda” e “Branca de Neve”. Este último, embora fosse também usado para me constranger em relação à cor, eu até gostava por estar vinculado a uma imagem doce e bonita de uma personagem da história do Walt Disney.
 
Por esta minha experiência na adolescência, como vítima ou alvo de Bullying, eu procuro trabalhar a temática com as turmas, inclusive, cobrando o respeito entre eles, a fim de que o mesmo não se torne uma constante. A pessoa que já sofreu sabe, muito bem, as consequências nocivas por quais a vítima fica sujeita e que ela, na maioria das vezes, não sabe lidar sozinha com o problema.
 
O interessante é que, em geral, são os outros alunos que nos avisam acerca da ocorrência de Bullying na sala de aula (“uma prática, na maioria das vezes, invisíveis aos olhos dos adultos...”) e, quando eu pergunto ao aluno específico (a vítima) se ele sofre, quase sempre o ele nega. Ele só confidencia depois de adquirir confiança de que nada vai sofrer (represália).
 
Este ano mesmo, já intervi em alguns casos de Bullying com alunos tanto do 7° Ano quanto do 9° Ano. E, em todos esses casos, foram outros alunos que me avisaram, demonstrando certa indignação pela situação configurada. E, ainda, destes só um aluno negou veemente que era vítima, mesmo com a afirmação dos demais. Neste caso, eu comuniquei aos pais acerca da situação e pedi que conversassem com o filho em casa.
 
O problema é que a prática do Bullying não envolve apenas o aspecto de uma relação desigual de poder, por detrás do comportamento do seu agressor pode haver inúmeros fatores que desconhecemos. Daí ser muito importante as ações e orientações educativas dos responsáveis aos filhos, sobretudo, a partir do seu exemplo em atitudes e discursos em relação a terceiros.
 
A escola, enquanto espaço sociocultural, deve possibilitar o tratamento dessa questão através de projetos, palestras e até conversas informais em sala de aula. E, sempre que possível, alertar aos pais de ambas as partes, isto é, tanto do agressor (principalmente) quanto da vítima.
 
Além desses, os alunos que assistem e não fazem nada, ou seja, não chamam a atenção do agressor ou comunicam o fato a um adulto, também devem ser advertidos quanto à gravidade dos casos de Bullying e suas consequências.
 
O que não se pode fazer é manter os olhos fechados e/ou os braços cruzados.
 
Eu consegui superar as provocações na minha adolescência, mas muitos – por diversos motivos – podem não conseguir. E, com isso, reações diversas podem ocorrer com a vítima (depressão, angústia, isolamento social e, em casos extremos, o suicídio) ou, ainda, o mesmo se voltar de forma violenta ao seu agressor e a outras pessoas, de forma aleatória.
 
Tal como ocorreu, no dia 07 de abril de 2011, na E. M. Tasso da Silveira, em Realengo, bairro da Zona Oeste do município do Rio de Janeiro, quando um ex-aluno - Wellington Menezes de Oliveira - já com 24 anos, retornou à Unidade Escolar, onde havia sido vítima de Bullying, principalmente, por parte de meninas e, portando dois revólveres (calibres 32 e 38) matou 12 alunos (dez meninas e dois meninos), de idade entre 13 a 16 anos. Os meninos foram baleados de forma acidental, segundo as reportagens na época. Além das doze vítimas fatais, mais de treze alunos ficaram feridos.
 
Vítimas do Massacre de Realengo
Imagem capturada na Internet
Fonte: RJNotícias
 
Essa tragédia comoveu o país inteiro e ficou conhecida como o “Massacre de Realengo” e devido a sua gravidade e, ao mesmo tempo, a importância de combatermos o problema nas escolas, foi instituída no ano passado, mais especificamente, no dia 29 de abril de 2016, a Lei nº 13.277, que estabeleceu que o dia 7 de abril é o Dia Nacional de Combate ao Bullying e Violência na Escola.

De acordo com o que foi noticiado na imprensa, o estudante que atirou confessou que planejou toda a sua ação há dois meses e ele se inspirou nos casos de massacre escolar ocorridos em abril de 1999, no Columbine High School (Columbine, EUA, em abril de 1999) e, em abril de 2011, na escola - acima mencionada - E. M. Tasso da Silveira (Realengo, Rio de Janeiro).

É claro que essa discussão deve ser permanente e durante o ano inteiro. Mas, devemos reconhecer a escola como espaço e ambiente propício à promoção de ações positivas acerca do respeito ao próximo, às pluralidades culturais, ao exercício da cidadania, à cultura pela Paz e à tolerância mútua.
 
A indiferença, o descaso e o próprio silêncio das vítimas acabam fazendo com que atos, como estes, sejam tão recorrentes. É preciso reclamar, procurar um professor, à Direção e aos próprios responsáveis para denunciar ou relatar as agressões (verbais e/ou físicas) sofridas.

Neste caso recente, ocorrido na última 6ª feira (20/10), no Colégio Goyases, em Goiânia (Goiás), o qual foi a chamada desse post, a vítima de Bullying, de apenas 14 anos, virou-se o agressor e atirou contra os colegas da turma.

Filho de policiais militares (tanto o pai quanto a mãe), ele usou a arma da mãe (pistola.40), matando dois alunos (João Vitor Gomes e João Pedro Calembro), ambos de 13 anos e, ferindo mais 4 estudantes (três meninas e um menino), que continuam internados. De acordo com os noticiários, três encontram-se em estado grave.

Um especialista na área da psicoterapia, no entanto, com base nas informações obtidas no caso assegura que não se trata de mais um caso de Bullying escolar e, sim, de um somatório de fatores ligados à formação da personalidade do adolescente que atirou, cujo processo é de responsabilidade direta e/ou indireta dos pais.

Eu não sou especialista, mas convivo com este problema no ambiente escolar. É preciso sondar se ele foi ou não vítima de Bullying, se a Direção do colégio foi notificada e tomou as medidas necessárias para solucionar o problema (advertência e conversa séria com o agressores, comunicação aos responsáveis etc.). Há muitas especulações em torno dessa tragédia, mas - infelizmente - dificilmente todas serão esclarecidas por meio das mídias.

Eu condeno a agressão (física e verbal) e as “políticas do revide e da vingança”, mas como mencionei neste post, a prática de Bullying deve ser levada com muita seriedade, pois vários fatores podem estar envolvidos por detrás de cada comportamento, tanto do agressor quanto da vítima e, as consequências para ambas as partes são imprevisíveis.


Finalizo ratificando que...
 
A vítima, na maioria das vezes, não sabe
lidar com Bullying sozinha.
É preciso a conjugação de ações positivas
contra esse problema de violência nas escolas,
com a participação e envolvimento
de todos os membros da Comunidade Escolar,
inclusive e principalmente, os pais.